Tudo começou em uma cidade americana chamada Elizabethton, no Tennessee, onde eu, Thomas, moro junto com minha esposa Elizabeth e filha Alice. A rotina de minha família estava prestes a mudar para sempre devido a série de assassinatos que começaram a ocorrer com as pessoas próximas de mim.
_ Você sabe quem poderia ter feito isso com Michael? _ Perguntou o policial.
_ Não sei. Talvez ele tenha reagido a um assalto. _ Respondi.
_ Nenhum pertence da vítima foi levado. A hipótese é que o crime tenha sido premeditado. _ Disse o policial olhando em meus olhos tentado arrancar alguma pista de mim.
_ Michael sempre foi um bom vizinho, não sei por que alguém poderia querer a sua morte. _ Respondi ironicamente ao policial.
_ Sua esposa disse que ele foi a sua casa horas antes de notarem seu desaparecimento. O comportamento de Michael segundo a esposa dele havia mudado nos últimos dois dias. _ Disse o policial de braços cruzados me olhando atentamente, talvez tentando usar a linguagem corporal contra mim, ou apenas tentando me intimidar.
_ Já disse que eu não sei o que pode ter acontecido. _ Respondi a ele antes de sair da cena do crime e voltar para casa.
O corpo de Michael foi encontrado em um terreno no fim de nossa rua, estava completamente mutilado e eu era o único suspeito desse crime.
_ Será que eles irão descobrir o que eu fiz? _ Me perguntava diversas vezes em meus pensamentos, preocupado com a investigação.
Não demorou muito para que a segunda vítima aparecesse, seu nome era Will, ele era meu chefe e havia acabado de me demitir, isso aumentou ainda mais as suspeitas da polícia para um suposto serial killer que estava fazendo suas vítimas na cidade, porém para o detetive Paul eu era o assassino.
_ Olá Thomas. Meu nome é Paul e eu sou o novo detetive deste caso. Tenho muitas perguntas e você terá que responder cada uma delas. _ Disse o detetive se apresentando em frente a porta de minha casa.
_ Será um prazer em ajudá-lo na investigação. Eu quero tanto quanto você que esse assassino pague por seus crimes. _ Respondi com toda tranquilidade do mundo.
_ Papai, quem é esse homem? _ Perguntou Alice ao ver-nos na sala.
_ Este é o detetive Paul, ele quer saber quem matou nosso vizinho e meu chefe. _ Respondi apresentando ela ao detetive.
_ Eu tenho medo de quem pode ser que esteja fazendo isso, meu pai até voltou a me buscar na escola. _ Disse Alice ao detetive.
_ Como assim seu pai voltou a te buscar na escola? _ Perguntou o detetive curioso em busca de possíveis pistas que pudessem me incriminar.
_ Eu já sou grandinha, tenho dez anos e já vou para a escola de ônibus, assim meu pai parou de se atrasar para o trabalho e seu chefe tinha parado de brigar tanto com ele. _ Respondeu ela tentando mostrar alguma maturidade acima de sua idade.
_ Minha querida pare de atrapalhar o trabalho do detetive e vá para seu quarto brincar, a conversa aqui é entre adultos. _ Disse a Alice retirando-a da sala.
_ Então de fato você e seu patrão discutiam com frequência. Me conte mais sobre isso? _ Disse o detetive sorrindo imaginando estar no caminho certo da investigação.
_ Meu chefe sempre foi um explorador, nunca tive uma boa relação com ele, mas nem por isso eu iria matá-lo. Você acha mesmo que eu o esperei no estacionamento da empresa para emboscá-lo? _ Perguntei ao detetive.
_ Quem disse que ele foi emboscado no estacionamento? _ Perguntou o detetive vendo meu rosto mudar.
_ Eu voltei a empresa para buscar minhas coisas quando me disseram que Will havia desaparecido e que foi visto pela última vez indo em direção ao seu carro no estacionamento. _ Respondi extremamente preocupado com o rumo de nossa conversa.
_ Will foi encontrado morto pela esposa, o corpo havia sido esquartejado e colocado dentro de uma mala que estava em frente a porta da frente da casa dele. _ Disse o detetive esperando que eu dissesse algo a mais sobre isso.
_ Eu não sei nada sobre isso, ele me demitiu injustamente dizendo que eu era um incompetente e estava dando prejuízo a empresa, depois voltei lá no dia seguinte e recolhi todas as minhas coisas, apenas isso que sei. _ Respondi.
_ Esse dia que por coincidência foi o dia da morte de Will e para piorar sua situação seu carro foi visto saindo da rua de Will no mesmo dia que a mala foi encontrada. _ Disse o detetive com um olhar que parecia penetrar minha alma.
_ Minha filha estava na casa de um amigo naquela rua, eu apenas fui buscá-la. _ Respondi tentando manter a calma.
_ Saiba que se você for o assassino eu irei descobrir e você sabe qual a punição para psicopatas como você, pena de morte. _ Disse o detetive antes de se retirar de casa.
Eu precisava dar um jeito nesse detetive para que ele parasse de suspeitar de mim e não acabasse descobrindo meu crime, foi quando tudo aconteceu e eu fui preso em flagrante com a faca usada para matar Paul em minhas mãos, dentro de casa.
_ Conte-nos como matou o detetive Paul e suas outras vítimas? _ Perguntou o juiz em meu julgamento.
_ Eu não matei ninguém, quantas vezes vou ter que dizer. _ Respondi furioso tentando arrancar minhas algemas.
_ O sangue presente na faca era de Paul e a única digital encontrada foi a sua. _ Disse o juiz sem acreditar em minha versão da história.
Neste momento Alice levanta em meio ao tribunal e diz tudo o que eu a obriguei de esconder todo esse tempo.
_ Eu sei porque ele matou todas essas pessoas. ELE É UM ESTUPRADOR E PEDÓFILO!!! Ele me abusou por anos enquanto a minha mãe trabalhava e ele ficava para me levar para a escola, por isso os atrasos no trabalho. _ Disse Alice chorando e soluçando.
_ Mas isso é uma acusação gravíssima menina, você tem provas disso? _ Perguntou o juiz sem acreditar no que estava acontecendo diante de seus olhos.
Alice mostrou seus braços machucados que eram amarrados a cama para que ela não tentasse fugir durante os abusos.
_ Ele é um monstro! Ele matou nosso vizinho por saber dos abusos, ele iria me levar a delegacia quando esse porco imundo apareceu e o esfaqueou. _ Disse ela cuspindo em seu próprio pai na frente de todos.
_ Então você será condenado por uma série de assassinatos, além de abusar sexualmente de sua própria filha. Eu o sentencio a pena de morte na cadeira elétrica. _ Disse o juiz antes de bater o martelo me condenando para sempre.
_ Eu não matei ninguém, alguém armou para mim. Me escutem, EU SOU INOCENTE!!! _ Eu gritava e me debatia tentando desesperadamente provar minha inocência.
Eis que chega o dia de minha execução e me perguntam:
_ Quais são suas últimas palavras?
Penso por um instante, quando vejo as lágrimas de decepção e desprezo de Elizabeth ao lado de Alice, que estava com um sorriso que nunca havia visto antes, um sorriso sádico que mostrava como tudo aquilo estava sendo prazeroso para ela.
_ Eu criei um monstro!!! Foram minhas últimas palavras antes que aquela corrente elétrica percorresse todo o meu corpo me fazendo agonizar até a morte.
Apenas naquele momento consegui encaixar todas as peças deste maldito quebra cabeça, Alice era a verdadeira assassina. Michael viu pela fresta da janela um dos abusos e Alice deve ter visto eu o ameaçando de morte se ele contasse para alguém.
Alice disse que iria a delegacia com ele quando na verdade estava o levando para sua armadilha. Já o Will eu havia contado a ela de nossas discussões no trabalho e ela conhecia onde ele morava devido a um jantar na casa dele que eu a levei.
Ela o atraiu dizendo que queria falar sobre ele repensar em me demitir, o levou para dar uma volta no quarteirão e quando ele menos esperava tirou a mesma faca do primeiro assassinato de sua bolsa e o esfaqueou.
Sua última vítima foi o detetive, que ela o convenceu que ajudaria a me pegar no flagra e assim que eu cheguei em casa do bar ela o esfaqueou em meu quarto e esperou que eu subisse as escadas para chamar a polícia, péssimo hábito de beber que eu desenvolvi.
Agora faz todo o sentido o dia que Alice veio me pedir para parar de levá-la a escola, pois de ônibus ela poderia ir até meu antigo trabalho e matar Will. Jamais desconfiei daquele doce e inocente sorriso de Alice, o mesmo que me tentava todos os dias em abusá-la. Enfim descobri o monstro que eu mesmo criei.
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